terça-feira, 13 de abril de 2010

Que diferença do Brasil o Canada tem?

Falar que apenas a tecnologia é a impulsionadora do Ensino a Distancia é querer fechar os olhos para a vontade politica que desempenha papel fundamental nesse processo. Por que o Brasil so vem agora dando passos mais ambiciosos nesse aspecto? Não creio que chegamos no patamar ideal, ou seja, de verdade democratização do ensino. Tem-se que criar condições melhores para as Universidade Publicas inserirem cada vez uma gama de cursos de nivel superior a distancia. Em contrapartida, tem-se que criar um ambiente publico mais propicio para o desenvolvimento dessa ideia. Podemos ter uma ideia com a entrevista a seguir que discute sobre a EaD em um dos paises pioneiros na implantação da EaD. Boa leitura e boa reflexão!

No Canadá, até ensino fundamental tem disciplinas a distância por CAMILA MARQUES da Folha On-line (2004)

O Canadá foi um dos primeiros países do mundo a implantar a educação a distância (EAD) de uma maneira massiva, a partir do século XIX, quando se usava material impresso enviado por correio. Com uma população de 32 milhões de habitantes para uma uma área de quase 10 milhões de quilômetros quadrados (o Brasil tem pouco mais de 8,5 milhões de quilômetros quadrados), o Canadá tem áreas de difícil acesso, principalmente no norte do país. Desse modo, o ensino não presencial foi percebido como uma ferramenta para democratizar o acesso à educação em todo o território.

O perfil político do país, que tem como prioridade oferecer à população condições iguais de desenvolvimento, é um dos principais motivos para a consolidação da EAD no Canadá. Associado a isso, está o investimento em tecnologia. A facilidade de acesso à internet, por exemplo, é plena, já que 90% das residências do país hoje tem banda larga -fora isso, todas as bibliotecas e escolas públicas também oferecem o serviço.

"Estima-se que 72% dos canadenses acessam a web diariamente e que nove em cada dez estudantes têm um computador em casa", afirma o professor brasileiro Lúcio França Teles, 56, Professor Adjunto da Faculdade de Educação da Simon Fraser University, no Canadá, onde vive há 25 anos. Ele vem ao Brasil para visitar a família e participar de debates sobre EAD.

Phd na Aplicação de Computadores para a Educação, Teles é um dos 150 pesquisadores convidados em 26 universidades canadenses para integrar o Centro Nacional de Excelência em Educação On-Line do governo federal do Canadá.

Confira a seguir a entrevista sobre educação a distância que ele concedeu à Folha Online.

Folha Online - Aqui no Brasil, o MEC (Ministério da Educação) precisa autorizar a criação de cursos de graduação. Apenas os técnicos e de extensão não precisam obter autorização. Como funciona o surgimento de um curso de educação a distância (EAD) aí no Canadá? As universidades, faculdades ou centros educacionais têm liberdade, autonomia, para isso?
Lúcio Teles - No Canadá as universidades decidem o que fazer em relação a cursos de educação a distância. Não existe legislação a respeito. Se a faculdade de educação da universidade onde estou (Universidade Simon Fraser), por exemplo, deseja fazer um programa de mestrado on-line, um professor deverá encabeçar a iniciativa, escrever a proposta do mestrado on-line e obter a ratificação do comitê executivo da faculdade. Depois disso, a proposta é enviada ao conselho superior da universidade e aprovada. A partir daí o programa pode ser criado e oferecido.

No caso de cursos individuais, seja de graduação ou pós-graduação, o professor interessado deve obter o aval do diretor da faculdade. Geralmente, cada universidade tem um CED (Centro de Educação a Distância). Quando o professor tem seu pedido aprovado pelo diretor da faculdade, ele vai então ao CED, onde irá trabalhar com a equipe de produção de cursos on-line. Um curso como este é produzido em quatro meses, em média.

No boletim escolar do estudante não consta o tipo de curso que ele fez, se foi ou não a distância. Aparecem apenas as notas obtidas nas matérias.

Folha Online - Qual a estimativa de pessoas que hoje se utilizam do serviço e quantas já usufruíram da EAD no país até agora?

Lúcio Teles - Apesar do Canadá ser um país imenso, com quase dez milhões de quilômetros quadrados, a população é pequena, de 32 milhões de habitantes. Para servir a esta população o país conta com 56 universidades, quase todas públicas, e cerca de 90 escolas de ensino profissionalizante.

É difícil, entretanto, saber o número exato de pessoas que utilizam a educação a distância. Em primeiro lugar, justamente por causa da liberdade de se criar cursos assim. Em segundo lugar, porque a educação a distância é oferecida em várias modalidades. Às vezes é só on-line e às vezes tem partes presenciais.

Mas é possível fazer estimativas. Em 2002, enviamos questionários aos administradores das 56 universidades canadenses, e somente três não ofereciam educação a distância. O Conselho das Universidades de Ontário estimou que, em 1999, havia o equivalente a 26 mil estudantes usando a educação a distância no Estado, ou seja, um em cada nove universitários. Se isto for transferido para o universo total de estudantes em toda a nação, teremos uma estimativa, para o ano de 1999, de 65 mil estudantes cursando o ensino superior a distância.

Se utilizarmos os indicadores mais recentes das universidades, pode-se dizer que há 640 mil estudantes em educação superior no país. Considerando-se que o crescimento da educação a distancia é de aproximadamente 15% ao ano no Canadá, teremos hoje mais de um terço, ou cerca 260 mil alunos, que usam cursos de educação a distância em modalidade híbrida ou inteiramente on-line.

Folha Online - Quantos cursos de EAD existem no Canadá?
Teles - Uma estimativa, a grosso modo, apontaria entre 8 mil e 12 mil os cursos em educação superior a distância no Canadá. Temos universidades como a de Athabasca, em que todos os 600 cursos são a distância. Um consórcio de 13 universidades e escolas profissionalizantes chamado CVU (Canadian Virtual University) oferece 2 mil cursos.Em Ontário, o OntarioLearn.com, associação de 22 escolas profissionalizantes, oferece 400 cursos on-line.

Em relação à educação primária e secundária [no Brasil seria fundamental e média], temos apenas os dados para o sistema escolar de 1994. O Conselho dos Ministros de Educação do Canadá afirma que naquele ano um total de 225.321 estudantes em escolas primárias e secundárias participavam de 953 cursos a distância, onde algumas disciplinas são ensinadas de modo on-line. Como houve um crescimento acelerado nos últimos dez anos, se pode estimar que este número aumentou significativamente.

Folha Online - Como evoluiu a EAD no Canadá? Nos último anos, qual o ritmo de crescimento?
Teles - O Canadá foi um dos primeiros países do mundo a iniciar educação a distância, a partir do século XIX, quando se usava material impresso enviado por correio. Nos anos 70, algumas províncias criaram unidades especiais de educação a distância, tais como a Agência de Educação Aberta, na província de Alberta, a Open Learning Agency aqui na Columbia Britânica, e a Tele Université no Quebec.

Com o advento da internet, as possibilidades aumentaram ainda mais. Na década de 1990, o governo federal e governos estaduais iniciaram vários projetos tecnológicos e pedagógicos para apoiar o desenvolvimento da educação a distância desde escolas primárias até o ensino superior.

Em termos técnicos, o governo criou o CANARIE (Canadian Network for the Advancement of Research, Industrie and Education ), para desenvolver redes de transmissão de alta velocidade. Foi então estabelecida a Canet, hoje a rede de internet mais rápida do mundo.

Todas as escolas primárias e secundárias foram conectadas à internet. Os professores, em várias províncias, começaram a trabalhar a distância, de maneira colaborativa, para desenvolver um currículo comum em ciência, inglês, matemática e outras. Criou-se um padrão desde cedo.

Na educação superior foram criado os Centros Nacionais de Excelência em Teleaprendizagem, que contava com a participação de 33 universidades e 150 pesquisadores. A missão era desenvolver modelos pedagógicos apropriados a educação a distância on-line com o uso de softwares livres [programas criados e distribuídos gratuitamente]. Um destes software livres, o Hekima, foi traduzido para o português e será distribuído no Brasil pela Abed (Associação Brasileira de Educação a Distância).

Anteriormente, antes da implantação da internet ampla no Canadá, o modelo predominante de aprendizagem era baseado na transmissão de conhecimentos. O professor fazia uma palestra on-line e os estudantes tomavam notas. Com os modelos pedagógicos mais recentes, o ensino colaborativo foi introduzido e a aprendizagem baseado na construção do conhecimento, isto é, os estudantes trabalham em projetos comuns e aprendem noa dia-a-dia. Assim, o professor já não é o centro das atenções, mas um guia ou mentor que dá apoio ao trabalho dos estudantes.

Folha Online - No Brasil, a maioria dos alunos procura a EAD para complementar os estudos. São pessoas com alguma formação e mais velhas, a partir dos 25, 30 anos. Qual o perfil do aluno canadense e por que procuram a modalidade?
Teles - A idade dos estudantes universitários aqui, não somente os de EAD, está aumentando. Em 2002, 26% deles tinham 23 anos ou mais. Em 1965, apenas o 13% dos universitários tinham acima de 23 anos. Isto é resultado de pelo menos dois fatores. Primeiro a necessidade constante dos trabalhadores se aprimorarem, fazendo com que voltem à universidade.

O segundo motivo é o aumento do custo da educação, que força os estudantes a trabalharem enquanto estão na universidade. Isso eleva o tempo para a conclusão dos estudos. Esse reajuste de custo se deu nos últimos dez anos, pois tanto o governo federal como os estaduais reduziram o financiamento das universidades públicas em mais de 40%, por causa do déficit orçamentário. Isso forçou as instituições a aumentarem suas taxas.

Em alguns casos, como na Tele Université do Quebec, uma universidade especializada em educação a distância com 20 mil alunos, 70% são adultos que trabalham e com idade média de 34 anos.

Entretanto, se incluirmos todas as universidades, centros profissionalizantes, escolas primárias e secundárias, temos um perfil do estudante em EAD bastante amplo, indo desde o setor fundamental à pós-graduação, incluindo cursos de capacitação internos em empresas. Ou seja, a atividade de aprender va distância está se tornando comum a todos os níveis da sociedade canadense.

Um dos fatores importantes que tem promovido a educação a distância é a facilidade de acesso, já que 90% das residências do país hoje tem internet de banda larga. Estima-se que 72% dos canadenses acessam a web diariamente e que nove em cada dez estudantes têm um computador em casa.

Folha Online - A internet é a principal ferramenta para a EAD, contida aí a videoconferência. No Canadá é comum também o uso de outros materiais, como apostilas impressas, fitas de vídeo?Teles - A principal ferramenta é mesmo a internet. Ao mesmo tempo, é bastante comum combinar os cursos on-line com apostilhas impressas, livros, CD-Room, fitas de vídeo. O programa no qual trabalho, Certificado de Educação Virtual, oferecido pela Universidade Simon Fraser inteiramente on-line, envia regularmente livros pelo correio aos estudantes que se registram para o programa.

Houve, no passado recente, prognósticos de que o advento da web eliminaria o uso do papel e o livro teria somente uma versão virtual. Na verdade, segundo nossas pesquisas, todas as mídias anteriores à internet se tornaram ainda mais comuns e mais usadas depois dela. Vídeo, som, livro, animações são agora usados regularmente para facilitar a aprendizagem.

Folha Online - O investimento e a existência de tecnologia de ponta ajuda a colocar o Canadá na liderança da EAD no mundo, além da política de inclusão social. O que mais o senhor citaria como diferencial do país para ter a EAD mais desenvolvida e eficaz?

Teles - Os fatores são vários. A grande dimensão geográfica do país, que leva a uma busca de soluções para a educação da população; a tradição do Canadá na liderança do desenvolvimento de tecnologias de comunicação, mesmo antes da internet; a liderança do governo federal e governos estaduais na implantação da internet no sistema educacional, isso associado ao desenvolvimento de novos modelos pedagógicos de ensino on-line levados a cabo pelos professores que promoveram o ensino na internet .

O mais importante, a meu ver, é o desenvolvimento de novos modelos de ensino pelos professores das escolas primárias, secundárias e professores do ensino superior, que levou a uma motivação maior entre os estudantes e a desmitificação de estudarem em cursos via internet.

Quando estudamos o avanço da educação à distância no Canadá, assim como em outros países, muitas vezes ficamos ofuscados pelo avanços tecnológicos que a internet oferece, como a velocidade da transmissão, a variedade da mídia, a qualidade do som, etc.. Entretanto, o que mais tem facilitado o avanço da EAD, é o uso destes novos modelos pedagógicos, que permitiram melhorar a qualidade da educação como um todo.

Folha Online - Há muitos alunos de outros países fazendo cursos desenvolvidos no Canadá? Há brasileiros?

Teles - A população estudantil de outros países está aumentando. Por exemplo, há muitos estudantes da Ásia nos nossos programas. Existem brasileiros, mas ainda são poucos. Calcula-se que aproximadamente 10% dos estudantes on-line do Canadá são de outros países.

Folha Online - Nos cursos de graduação, como ocorre a seleção dos estudantes? Há alguma prova?
Teles - Para cursos de graduação, estudantes são selecionados baseados nos resultados dos últimos dois anos da escola secundária. É considerada a média das notas obtidas. Aqueles com média mais alta têm mais opções de escolha. Aqueles com média baixa, terão que repetir os últimos dois anos da escola secundária e elevar as notas.

Folha Online - No geral, como é a rotina de um curso? Há um programa a seguir semanalmente, por exemplo?

Teles - Sim, existe uma rotina a seguir. Cada matéria de um curso universitário contém 13 unidades, correspondentes a 13 semanas. Para cada semana, uma unidade deverá ser completada. A forma de como é feita depende do modelo pedagógico sendo utilizado: algumas são feitas como trabalho de grupo, quando o modelo colaborativo é usado. Outras tarefas são feitas individualmente. Se o estudante não pode fazer as tarefas no prazo determinado, ele deverá contatar o professor e pedir uma extensão para terminar a tarefa.

Folha Online - Quais as perspectivas para a EAD no Canadá nos próximos anos?
Teles - A educação on-line está crescendo continuamente, cerca de 15% por ano em educação superior. No sistema secundário o ritmo é mais acelerado, chegando em alguns Estados a um crescimento de 25% anualmente.

Nos próximos anos, veremos a concretização de novos modelos de aprendizagem e a desmitificação de que a aprendizagem presencial tem qualidade superior do que a on-line. A afirmação de que a aprendizagem presencial melhor não é apoiada em evidências ou fatos, é um preconceito que deverá perder credibilidade nos próximos anos. Particularmente com mais pesquisas sendo conduzidas sobre a qualidade do ensino on-line. A verdade é que os estudos da área são poucos no mundo tudo.

Folha Online - O que o senhor cita como as principais vantagens e as principais desvantagens da EAD?

Teles - Essa pergunta nos leva repensar a própria educação presencial. Porque hoje pensamos separadamente a educação presencial e a on-line. Entretanto, cada vez mais o ensino tradicional contém elementos do on-line. Ainda que os estudantes tenham que ir à sala de aula, eles devem ter um computador e acessar a web para vários trabalhos escolares. Inclui-se aí buscas de material informativo, visitas a bibliotecas virtuais ou a sites relevantes ao trabalho que fazem, comunicação com centros de pesquisas.

Então existe a assimilação de uma pela outra: a educação presencial está cada vez mais integrando componentes da educação on-line, como o acesso a sites ou a discussão com colegas de aula via chat ou fóruns. Neste sentido, uma distinção rígida entre presencial e on-line já não é possível.

Que já fez cursos on-line, no qual modelos interativos e colaborativos são utilizados, sabe que a distinção é muito tênue. Ainda que se possa pensar que poderíamos conhecer melhor um professor ou colegas em aulas presenciais, se percebe que existe plena interação pela internet.

Ainda que muitas vezes pensemos o contrário, na verdade a presença física não determina a qualidade da aprendizagem nem a qualidade da camaradagem entre colegas. Isso ocorre bem ao nível conceitual e pragmático.

Gestão de EaD 2

Gestão de Sistemas de Educação a Distância

Alvana Maria Bof *



Introdução

Cada vez mais, torna-se evidente a importância da gestão em programas educacionais. Idéias boas podem se perder ou resultar em programas pobres e ineficazes, quando não se dá a devida atenção a este requisito.

No caso da educação a distância, isso não é diferente. Sistemas de EAD são complexos e exigem uma gestão eficiente para que os resultados educacionais possam ser alcançados. Uma vez definidos os objetivos educacionais, o desenho instrucional, etapas e atividades, os mecanismos de apoio à aprendizagem, as tecnologias a serem utilizadas, a avaliação, os procedimentos formais acadêmicos e o funcionamento do sistema como um todo, é fundamental que se estabeleçam as estratégias e mecanismos pelos quais se pode assegurar que esse sistema vá efetivamente funcionar conforme o previsto.

Este trabalho visa apresentar e discutir aspectos relacionados à gestão de sistemas de EAD, considerando a gestão como um fator-chave para assegurar a qualidade e o sucesso de programas e cursos nessa modalidade. Apresentam-se, primeiramente algumas características de sistemas de EAD, passando, em seguida, para aspectos relacionados à gestão dos mesmos.

Espera-se, com essa análise, contribuir com o debate em torno da viabilidade e qualidade de sistemas de EAD, bem como oferecer alguns subsídios aos que estão envolvidos no planejamento ou implementação desta modalidade de ensino.

Sistemas de Educação a Distância

Um primeiro aspecto a ser colocado na discussão sobre a gestão de sistemas de EAD se refere à natureza dos sistemas de EAD. Ao contrário do que muitos pensam, trata-se de um sistema complexo, que exige da instituição que o promove não só uma infra-estrutura adequada, mas a definição e operacionalização de todos os processos que permitem o alcance dos objetivos educacionais propostos.

Os bons sistemas de EAD são compostos por uma série de componentes que devem funcionar integrados. Trata-se da formalização de uma estrutura operacional que envolve desde o desenvolvimento da concepção do curso, a produção dos materiais didáticos ou fontes de informação e a definição do sistema de avaliação, até estabelecimentos dos mecanismos operacionais de distribuição de matérias, disponibilização de serviços de apoio à aprendizagem e o estabelecimento de procedimentos acadêmicos.

Obviamente, dependendo da instituição, da abrangência de sua área de atuação, dos objetivos educacionais propostos, da natureza dos cursos oferecidos, esta estrutura pode ser mais ou menos complexa.

De um modo geral, pode-se dizer que sistemas de EAD apresentam:

1. Estrutura/mecanismos de planejamento e preparação/disponibilização de materiais instrucionais ( sejam eles escritos, audiovisuais, ou on-line);

2. Estrutura/mecanismos para a provisão de serviços de apoio à aprendizagem aos cursistas (Tutoria, serviços de comunicação, momentos presencias);

3. Serviços de Comunicação que possibilitam o acesso do cursista às informações necessárias ao desenvolvimento de suas atividades no curso;

4. Sistemática de avaliação definida e operacional;

5. Estrutura física, tecnológica e de pessoal compatível com a abrangência da atuação da instituição e o tipo de desenho instrucional dos cursos oferecidos;

6. Estrutura e mecanismos de monitoramento e avaliação do sistema.

Vejamos o exemplo de sistemas de EAD nas Universidades Abertas, como as da Inglaterra e da Espanha. Estas instituições, que são na verdade universidades que funcionam a distância, possuem toda uma estrutura que lhes garante o funcionamento sistemático. Possuem equipes que elaboram os materiais didáticos, mecanismos para que os alunos os recebam, uma equipe de tutoria que atua no acompanhamento do trabalho dos alunos, um sistema formalizado de avaliação, serviços de comunicação, uma infra-estrutura física, tecnológica e de pessoal central e também organizada em centros regionais, secretarias e mecanismos institucionalizados para os serviços acadêmicos, mecanismos de monitoramento e avaliação dos serviços prestados, enfim, constituem sistemas completos.

Outro exemplo é o do Proformação, um curso em nível médio com a habilitação no Magistério que oferece a formação a distância para aproximadamente 25.000 professores, promovido, em parceria, pelo Ministério da Educação, os estados e municípios. O Proformação não é desenvolvido por uma instituição, mas sim por um conjunto de atores: houve uma equipe que elaborou a proposta do curso e produziu os materiais, uma equipe que é responsável por todo o processo de implementação, incluindo a definição da estratégia de implementação e sistema operacional, monitoramento e avaliação, e foi estabelecida uma estrutura operacional que viabiliza a consecução do curso.

Nessa estrutura, os cursistas têm o apoio dos tutores e das Agências Formadoras (AGF); as AGF são apoiadas pelas equipes estaduais de gerenciamento e assessores técnicos, e as equipes estaduais contam com o apoio da Coordenação Nacional. Formou-se, assim, um sistema ou uma rede de formação que permite que o curso se desenvolva e atinja seus objetivos educacionais.

Assim como os sistemas apresentados, existem outros, como os que se organizam nas instituições chamadas duais, ou seja, universidades que oferecem cursos presenciais e também a distância. De qualquer forma, os elementos apresentados devem estar formalizados.

A Gestão de Sistemas de Educação a Distância

Quando falamos em gestão, estamos falando da maneira como se organizam e gerenciam as partes que compõem um sistema, com vistas ao alcance dos objetivos propostos. Por exemplo, quando falamos em gestão escolar, estamos falando de como a escola organiza sua estrutura, sua proposta pedagógica, seus serviços, seu pessoal, etc. para que a aprendizagem do aluno ocorra com qualidade, de acordo com sua proposta educacional.

No caso da Educação a Distância não é diferente. A gestão é importantíssima, uma vez que é ela que garante o perfeito funcionamento do sistema e, conseqüentemente, sua qualidade, eficiência e eficácia.

Para fins de ilustração, podemos separar a gestão de sistemas de EAD em dois grupos: a) gestão pedagógica e b) gestão de sistema.

a) Gestão pedagógica

Na gestão pedagógica, encontra-se o gerenciamento das etapas e atividades do curso, bem como do sistema de apoio à aprendizagem e à avaliação. É preciso que as etapas e atividades estejam claramente definidas e que tudo seja planejado e coordenado de tal maneira que elas ocorram eficientemente, da maneira programada e no tempo previsto.

Também é preciso que, qualquer que seja o sistema de apoio à aprendizagem do aluno previsto no sistema, este funcione eficientemente. Assim, se o sistema estabelece uma Tutoria para o acompanhamento dos alunos, esta deve estar claramente definida, com as funções e as atividades do tutor estabelecidas e todos os procedimentos para o exercício desta função formalizados. Mais do que isso, é preciso estabelecer mecanismos gerenciais para o acompanhamento do trabalho dos Tutores.

Se o sistema estabelece um sistema de comunicação, é preciso garantir que ele efetivamente esteja servindo ao seu objetivo: possibilitar a comunicação efetiva entre os participantes. Se, de um lado, temos que garantir a possibilidade real do aluno se comunicar com uma instância do sistema para obter informações ou esclarecer dúvidas, por outro, é preciso garantir que, da parte da instituição, haja um atendimento eficiente, com respostas precisas e em tempo hábil.

No Proformação, por exemplo, foi criada toda uma rede de tutores, articulados com as AGF, e estabelecidos plantões pedagógicos (telefônicos e presenciais) nas AGF para que este apoio à aprendizagem pudesse ocorrer. Todos esses elementos tiveram suas funções, bem como seus mecanismos de atuação definidos. Mais do que saber o que fazer, é preciso que todos os elementos do sistema saibam "como fazer", quais os procedimentos a serem empregados no desenvolvimento de suas atividades.

Para uma boa gestão pedagógica é preciso ainda que o sistema de avaliação esteja claramente definido e seja conhecido por todos. Assim, além de determinar qual a sistemática de avaliação formativa/somativa adotada na proposta pedagógica, é preciso que se definam indicadores e instrumentos que possibilitem o desenvolvimento desta avaliação na prática, e quem serão os agentes encarregados desse processo.

Assim, em sua gestão, todo sistema de EAD deve prever a definição, a estruturação, o funcionamento sistemático de tudo aquilo que compõe a proposta pedagógica desse sistema, bem como prever, como veremos a seguir, a preparação, o acompanhamento, o monitoramento e a avaliação das equipes para assegurar o bom funcionamento do mesmo.

b) Gestão de sistema

Na gestão de sistema, podemos situar todas as outras necessidades de gerenciamento: de recursos financeiros, de pessoal, de treinamentos, de produção e distribuição de materiais, da tecnologia empregada, dos processos acadêmicos, do monitoramento e avaliação. Trata-se do gerenciamento de processos que são inerentes ao funcionamento eficiente do sistema.

Normalmente, os sistemas envolvem o gerenciamento dos recursos financeiros disponíveis (que são finitos) e a prestação de contas às entidades ou órgãos associados a eles. Um sistema de EAD exige recursos e estes devem ser gerenciados de modo a garantir a eficiência e eficácia do mesmo.

Do mesmo modo, os sistemas envolvem um quadro de pessoal e, dependendo de sua estrutura, a capacitação técnica específica desse quadro e /ou treinamentos sistemáticos. Como já salientamos, todos os envolvidos devem saber claramente "o que fazer" e "como fazer". Por outro lado, a boa gestão acompanha o trabalho dos envolvidos para identificar pontos que ainda não foram bem compreendidos e que devem ser reforçados.

A gestão deve preocupar-se, ainda, com a preparação de bons materiais instrucionais e o funcionamento das tecnologias empregadas. Se, por exemplo, optou-se pela utilização de materiais impressos, há toda uma organização necessária para a definição de tais materiais, das pessoas ou equipes que trabalharão nesta elaboração, dos prazos para elaboração, produção e distribuição dos mesmos.

Se, por outro lado, optou-se por tutoria "on line" , deve-se assegurar que a rede de computadores esteja disponível e em funcionamento, mantendo um sistema de manutenção constante.

Além disso, como ocorre nos sistemas de educação presencial, cursos a distância geralmente demandam mecanismos especiais ligados ao registro da vida acadêmica do aluno. Isso pode incluir desde o modo como o aluno se inscreve nos cursos oferecidos e o registro de sua efetiva participação, até a avaliação e certificação.

Finalmente, não podemos deixar de salientar a necessidade que todo sistema tem de estabelecer e operar uma sistemática contínua de monitoramento e avaliação. Somente estabelecendo mecanismos para obter dados e acompanhar o funcionamento do sistema, tanto no que se refere ao alcance dos objetivos propostos, quanto no desenvolvimento dos processos, é que o gestor pode buscar o aperfeiçoamento do sistema. Lembremos sempre que estamos falando de sistemas complexos, que envolvem uma série de partes que devem funcionar articuladamente. No momento que uma dessas partes apresenta problemas, o todo pode ser comprometido. Assim, melhor estabelecer, desde o início, alguns mecanismos que possibilitem a identificação de problemas, de modo que estratégias possam ser definidas para a sua imediata resolução.

Considerações Finais

Percebe-se, assim, que há muitas variáveis envolvidas num sistema de EAD e que sua complexidade não deve ser subestimada. Necessita-se, sim, pensar em todas essas variáveis, estabelecer mecanismos que permitam o gerenciamento das mesmas e a efetividade nos processos, sempre com vistas à concretização dos objetivos educacionais traçados.

Torna-se bastante claro, também, que não basta o desenvolvimento de uma boa proposta pedagógica ou a produção de bons materiais instrucionais para garantir o sucesso de um curso ou Programa de EAD. Embora essas condições sejam absolutamente necessárias ao desenvolvimento de um programa ou curso, não são suficientes para propiciar que o aluno possa se engajar num processo de aprendizagem efetivo. A formalização de estruturas, mecanismos e procedimentos que viabilizem tanto a gestão pedagógica quanto a gestão de sistema são fundamentais à qualidade e sucesso de qualquer sistema de EAD.

Fonte: tvebrasil

Gestão de EaD 1

A gestão na educação superior a distância

por Carlos Bielshowisck

A Educação Superior na modalidade a Distância pode abrir as portas da competência acadêmica instalada em nossas universidades públicas, democratizando seu acesso, principalmente para a população brasileira residente nas cidades do interior, uma vez que permite formar profissionais sem deslocá-los de seus municípios.

São inúmeros os exemplos no mundo em que esta modalidade de ensino é utilizada com muita qualidade acadêmica, tal como o ensino de graduação praticado na Universidade Nacional de Educação a Distância da Espanha (UNED), na Open University do Reino Unido (OU), na Fern Universität da Alemanha, na Athabasca University do Canada, entre vários exemplos. Por certo que, como qualquer atividade amplamente difundida, são também inúmeros os casos que apresentam baixa qualidade, especialmente após o advento de recursos digitais, onde muitas vezes se confundem as reais necessidades de um sistema complexo de educação a distância com a mera transposição de conteúdos por via eletrônica.

Montar um sistema de educação a distância (EAD) que resulte em uma prática pedagógica inclusiva e de qualidade acadêmica é uma tarefa complexa, que depende de competência técnica e vontade política. A partir do momento em que se toma a decisão política de montar um sistema de educação superior a distância até o instante em que se colhem os primeiros resultados, decorrem alguns anos e é despendida uma considerável soma de recursos financeiros, visto que, para montar um sistema consistente de EAD, há necessidade de uma série de condições, sem as quais o processo não é eficaz.

Não se pode dizer que as Universidades dedicadas ao ensino na modalidade de EAD, criadas principalmente entre os anos 70 e 90, adotaram desde seu início o mesmo modelo. Entretanto, algumas características afins elas exibem, como a forte presença de material impresso e, entre as diferenças, o peso maior ou menor da tutoria presencial, realizada nos pólos regionais, em contraposição com uma presença mais marcante da área de vídeo.

O advento dos meios digitais tem trazido mudanças nestas Universidades "tradicionais" (tradicionais entre aspas, diga-se de passagem, pois são, em grande maioria, sistemas relativamente novos, com menos de 30 anos). Tais mudanças, por exemplo, em curso na UNED, vêm sendo conduzidas com cautela, a fim de não abandonar um modelo consolidado, sem alcançar com segurança um outro novo, mais pautado na utilização de tecnologias digitais. Questões como substituir a tutoria presencial nos pólos regionais por tutoria pela Internet, constituem uma delas. O problema da avaliação, dentre outros, tem sido amplamente discutido no seio destas Instituições de Ensino Superior e as soluções estão aparecendo no seu devido tempo. Outras Universidades iniciaram recentemente suas atividades em EAD, já utilizando as tecnologias digitais.

É necessário analisar detalhadamente a questão do modelo tecnológico na construção de um sistema de EAD e, em particular, nos países em desenvolvimento, onde a garantia do acesso da população a estas tecnologias ñ acesso não apenas físico mas também cultural ñ precisa ser contemplada. Na montagem de cursos de graduação a distância, tais questões devem ser levadas em conta, para que os objetivos de construir uma sociedade mais justa e desenvolvida sejam alcançados.

Além disto, é fundamental entender que um sistema de educação a distância é, de fato, um sistema. Um sistema complexo! Aquilo que parece absolutamente óbvio, quando observamos as diversas experiências bem-sucedidas implementadas em todo o mundo, por motivos que não nos cabe analisar aqui, muitas vezes não é plenamente considerado na elaboração de novos projetos.

Um sistema de EAD deve contemplar algumas questões básicas:

1) Precisa apresentar objetivos claramente estabelecidos, ou seja, oferecer um projeto político/pedagógico bem definido e consistente com seus propósitos;

2) Deve utilizar um material didático impresso e, eventualmente, também em meios digitais, com conteúdo sólido e preparado para o processo de educação a distância;

3) Precisa contemplar uma solução clara para o sistema de tutoria, peça chave no sucesso de um sistema de EAD;

4) Deve dispor de plataformas tecnológicas adaptadas às necessidades da proposta e, ao mesmo tempo, de elementos tecnológicos não excludentes, do ponto de vista do acesso aos estudantes;

5) Precisa indicar uma solução física e operacional que garanta encontros presenciais e disponibilize espaços de ensino/aprendizagem (laboratórios, biblioteca, etc.) próximos ao estudante;

6) Precisa contemplar um sistema consistente de avaliação;

7) Necessita de uma equipe docente altamente qualificada, tanto do ponto de vista do conteúdo específico, quanto no que concerne a pressupostos pedagógicos, uma vez que esta equipe estará multiplicando seus conhecimentos, de forma interativa, para um número de alunos muito maior que aquele praticado pelo ensino presencial;

8) Necessita de uma infra-estrutura administrativa/operacional que garanta a eficácia de todas as complexas etapas do processo.

Enquanto em sistema de educação presencial, uma eventual falha em um dos elementos do processo pode ser reparada sem grandes prejuízos, o mesmo não ocorre no processo de Educação a Distância.

Por exemplo, na educação presencial um professor pode remarcar um exame sem maiores problemas. Na Educação a Distância os exames são pré-marcados e os alunos deslocam-se, muitas vezes de grandes distâncias, para realizar seus exames nos pólos regionais. Uma mudança de data, após seu deslocamento, pode desanimá-los fortemente. Da mesma forma, um material didático pouco atraente pode levar o aluno a considerar-se inapto para o curso, levando-o eventualmente a abandonar o curso, o que não ocorre no processo presencial, no qual o contato presencial com o professor oferece aos alunos outras opções.

Em síntese, o sucesso de um programa de Educação Superior a Distância depende criticamente do cumprimento rígido de todos os procedimentos planejados em seu projeto.

Fonte:tvebrasil

sábado, 10 de abril de 2010

Adesão constante a EaD

Ola pessoal, recebi a indicação desse artigo de alguém muito especial para mim e que tem sido uma de minhas fontes de inspiração e estimulo para a construção desse blog. Compartilho agora com vocês a mais recente estatistica do sucesso da EaD no Brasil. Vejam a seguir um breve artigo que merece nossa atenção e reflexão. Pois é caros amigos, alunos, professores, tutores, coordenadores, enfim toda a equipe que tem feito parte desse projeto, temos mais é que sentir orgulho de estar contribuindo para a construção desse novo cenario, dessa nova realidade, especialmente para nos que estamos proporcionando educação de graça e de qualidade para a população paraibana por meio dos mais diversos cursos (Graduação em Letras, Letras/Libras, Matematica, Ciências Agrarias e tantos outros) e mais recentemente, o Curso de Especialização em Gestão Publica Municipal. Procurarei falar mais especificamente desse curso ao qual estou vinculada em outra oportunidade, bem como da minha experiência como tutora;)
Desejo a todos uma boa leitura!


Um em cada cinco universitários no país faz aulas a distância

Dados do Ministério da Educação mostram que um em cada cinco novos alunos de graduação no país ingressam em um curso a distância.Cerca de 20% dos universitários já estudam entre aulas na internet e em polos presenciais.

Os números indicam um rápido avanço da modalidade, ainda pouco conhecida da maioria da população. O grande impulso para o crescimento do modelo semi-presencial foi dado pelo governo com a criação da Universidade Aberta do Brasil em 2005.

A instituição tem 180 mil vagas em cursos superiores oferecidos em parceria com universidades federais. Apesar do nome, as aulas totalmente a distância são proibidas pela legislação

No mês passado, a USP (Universidade de São Paulo), que até então resistia em adotar o modelo, lançou junto com o governo do Estado seu primeiro curso a distância, uma licenciatura em ciências voltada também para formação de professores. A primeira turma a distância da Unesp (Universidade Estadual Paulista) começou suas aulas neste semestre.

Segundo Fábio Sanchez, autor do levantamento e um dos coordenadores do Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância, os estudantes são atraídos pela versatilidade, modularidade e capacidade de inclusão que a metodologia oferece.

Por outro lado, a modalidade exige autonomia do estudante, porque as aulas são construídas por meio de tecnologias como fóruns de discussão, videoconferências e chats pela internet.

Algumas avaliações também podem ser feitas online, mas as provas devem ser presenciais, assim como parte do conteúdo das aulas e atendimentos com os professores. Sanchez afirma que a tendência é que a educação presencial e EAD (Ensino a Distância) se misturem cada vez mais no futuro.

Fonte: clickpb

EaD: um papel social


Ola pessoal. Ontem me veio a idéia. Porque não estender a EaD para as penitenciarias?! Ao me acordar fui ao nosso amigo Google e "voilà"!! Achei algumas informações sobre essa questão. Pois é, mais uma vez a EaD sem preconceitos, sem barreiras! Sim, acredito nisso, agora é claro que basta também vontade politica.
EaD em penitenciarias? Isso é possivel? Sim! Isso não é coisa de outro mundo, nem é de agora. Mandela por exemplo, é fruto de projeto semelhante. Na época em que ele estava na prisão ele realizou o Curso de Direito por correspondência e hoje é Prêmio Nobel. Ai é so um exemlo. Espero que no Brasil possamos dar exemplos disso. Agora é claro, prezando pelo bom senso, ética e respeito a sociedade.
Vai ai o que ja esta em discussão. Essa informação é de 2005. Prometo que procurarei me informar a quantas andam esse projeto. Quem souber de algo, fica aqui o espaço para sua valioza contribuição.


A Câmara analisa o Projeto de Lei 5189/05, que determina a implantação de escolas virtuais nos presídios federais e estaduais. De acordo com o texto, os presos e agentes penitenciários interessados receberão cursos de alfabetização, ensino fundamental, médio e técnico-profissionalizante. As aulas poderão ser ministradas por instituições públicas ou entidades filantrópicas credenciadas pelo Ministério da Educação. O material de ensino incluirá videoconferência, pesquisas na internet e também avaliação de alunos pela rede de computadores ou mesmo pessoalmente.
A tecnologia empregada nas aulas e demais atividades deverá conter a possibilidade de "bloqueios", para que seja utilizada apenas nas atividades didáticas. O deputado ressalta a importância da proposta argumentando que, por meio dos estudos, o homem se humaniza, torna-se mais complacente, tranqüilo e seguro diante da vida. "Evidentemente, um homem assim é menos violento", disse ele. Nader também lembrou que os estudos facilitam a reinserção do preso na sociedade, depois de cumprida a sentença.
O projeto tramita em caráter conclusivo e está sendo analisado pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado. Depois, deverá ser avaliado pelas comissões de Educação e Cultura; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.


Fonte: eadBrasileiro

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Professor tradicional x virtual

No cenario EaD, o ambiente virtual exige também um novo perfil de professor. Não desmerecendo os que são fruto de uma velha e enganosa forma de "ensinar", onde o aluno faz de conta que aprende, e o professor faz de conta que ensina. Não vou julgar os professores, até porque em breve pretendo estar fazendo oficialmente parte dessa categoria:) Quero aqui mostrar que ainda ha tempo de aprender! Aprender uma nova forma de socializar conteudos devidamente planejados, instigando a reflexão dos alunos em um ambiente virtual de aprendizado espalhado pelo Brasil à fora.

Aqui mais um texto para reflexão. Isso é real! Acreditem nisso, atuais e futuros mestres do saber fazer os outros aprenderem!

Um ou dois tempos de aula. São 50 minutos, ou até quase duas horas, sem intervalos. Lá na frente da sala, em destaque, o professor. Que fala, quase sempre muito e de forma intermitente, numa retórica sem direito a réplica. Na prática, incorpora a figura clássica de único detentor do saber, sem abrir brechas para contestações, debates ou interrupções por parte dos alunos. Felizmente, cada vez mais há menos espaço para professores assim, até no ensino presencial. O que dizer, então, dos mestres que atuam na educação a distância?

“Costumo falar sobre o perfil do professor de cursos online. E tenho sido questionada também sobre o papel do aluno. Parece óbvio, mas, se a prática docente online fez surgir um novo professor, isso se deu porque há um novo aluno. Além de novas formas de se relacionar com o conhecimento”, diz Máira Pereira, psicóloga e coordenadora acadêmica de Tutoria do Ibmec Online. Segundo a especialista, nesses cursos, o aluno deve atuar como “buscador” do autodesenvolvimento, tomando para si a responsabilidade por cumprir a agenda de estudos e atividades. O que, de forma alguma, reduz a importância do professor. Mas altera o foco de sua atuação.

“Como ser um bom professor online se ainda temos em mente um modelo anterior no qual cabia apenas ao mestre ensinar? Como mediar de fato a aprendizagem online se não há comunicação entre alunos? Sabemos que a motivação é uma força intrínseca e que se traduz em comprometimento e trabalho colaborativo. Somente a metodologia baseada em interação e em colaboração coloca o aluno no centro do processo, firmando assim a imagem do professor como um companheiro e o orientador dos estudos”, afirma ela.

“O acesso e a participação dos alunos são monitorados e acompanhados pelo olhar atento dos professores online. Caso o estudante deixe de acessar o curso por mais de uma semana ou não participe de atividades propostas, é acionado para que se identifiquem as causas reais do seu afastamento e se ofereça apoio”, explica Máira sobre o funcionamento dos cursos EAD do Ibmec, lembrando que, com base nas ferramentas de atividades e acompanhamento, a modalidade permite uma avaliação mais próxima do aluno. E bem mais detalhada do que a verificada no modelo presencial.

Diretor de Ensino a Distância da Estácio de Sá, Pedro Graça destaca o papel fundamental do professor na EAD, como mediador de todo processo de aprendizagem. “Nós entendemos, na universidade, que a tecnologia não é o diferencial, e sim o ser humano. Bons professores e conteúdo criado pelo conteudista resultam numa boa estrutura de curso. Quanto à tecnologia, sempre vai surgir algo novo e todos vão querer usar. O que prende a atenção do aluno em EAD, eu acredito, é a habilidade do professor em usar a tecnologia disponível, e não a tecnologia em si. Do mesmo jeito que a tecnologia pode ajudar, se mal utilizada pode prejudicar. E aí você vira um multiplicador de coisas ruins”, alerta.

E diversas são as possibilidades de atuação do educador no ambiente virtual de aprendizagem. “Temos o professor conteudista, ou professor autor, que trabalha com um designer instrucional. Ele vai modular o curso para a internet, para a realidade a distância. Esse professor conteudista não necessariamente é um professor que vai acompanhar a turma, que chamamos de professor online, tutor. Alguns profissionais se encaixam nas duas funções e, além de serem bons conteudistas, são bons mestres online. E, por fim, temos o professor de estúdio, que é teletransmitido, e tem dinâmica mais próxima do presencial do que do próprio professor online”, explica Pedro Graça.

Com atuação nos cursos a distância do Grupo Educacional Uninter, formado pela Facinter (Faculdade Internacional de Curitiba) e Fatec Internacional (Faculdade Tecnológica Internacional de Curitiba), Benhur Gaio é taxativo ao definir o perfil do professor que atua na EAD. “O educador tem que assumir o papel de construtor, lapidador de ambientes e metodologias que propiciem um aprendizado dinâmico. Seu papel será o de estimular a colaboração entre os alunos no processo de aprendizagem. Só assim o resultado é satisfatório”, avalia.

Uma das precursoras da EAD no Brasil, Dênia Falcão é coordenadora de Avaliação Institucional da UnisulVirtual, braço da Unisul, localizada em Santa Catarina. Ele vê aspectos práticos bem positivos na atuação em cursos a distância. “A maioria de nossos professores prefere atuar na EAD, e não no presencial. Hoje, em muitos locais, o professor enfrenta a seguinte situação: o aluno senta-se na porta da sala, com o pé no skate. Isso acontece sobretudo em instituições particulares, onde rola sempre a reação do ‘eu estou pagando’… É uma situação difícil, onde o professor acaba refém dentro da sala de aula. O fato de ser a distância o livra desse tipo de situação”, pondera ela.

Se, por vezes, livra os professores de situações de agressividade ou constrangimento em sala de aula, a EAD não traz ganhos salariais à categoria. No Rio de Janeiro, por exemplo, o salário máximo que se tem notícia, pelo menos extra-oficialmente, é de R$2.500. E somente podem chegar a esse valor professores-doutores que trabalhem com pós- graduação a distância e ainda acumulem a função de autores. No geral, os vencimentos variam de R$20 a R$100 a hora/aula. O que significa, por mês, até R$1.200 para um professor de curso superior a distância. Estes números caem quando os tutores não apresentam boa titulação.


Fonte: SEAD/UEPB

E-learning. De que se trata?


Ao se falar em uma das formas mais eficiente de ensino, ou seja, o ensino a distância, não podemos deixar de falar do "e-learning". E então, de que se trata?
Segundo a Enciclopédia Publica e diga-se de passagem virtual, a Wikipédia,

"O termo e-Learning é fruto maduro de uma combinação ocorrida entre o ensino com auxílio da tecnologia e a educação a distância. Ambas modalidades convergiram para a educação on-line e para o treinamento baseado em Web, que ao final resultou no e-Learning. Sua chegada repentina adicionou novos significados para o treinamento e fez explodir as possibilidades para difusão do conhecimento e da informação para os estudantes e, em um compasso acelerado, abriu um novo mundo para a distribuição e o compartilhamento de conhecimento, tornando-se também uma forma de democratizar o saber para as camadas da população com acesso às novas tecnologias, propiciando a estas que o conhecimento esteja disponível a qualquer tempo e hora e em qualquer lugar. A fim de apoiar o processo, foram desenvolvidos os LMS’s (Learning Management System), sistemas de gestão de ensino e aprendizagem na web. Softwares projetados para atuarem como salas de aula virtuais, gerando várias possibilidades de interações entre os seus participantes. Com o desenvolvimento da tecnologia na web, os processos de interação em tempo real passaram a ser uma realidade, permitindo com que o aluno tenha contato com o conhecimento, com o professor e com outros alunos, por meio de uma sala de aula virtual. A interatividade disponibilizada pelas redes de Internet, intranet, e pelos ambientes de gestão, onde se situa o e-learning, segundo a corrente sócio-interacionista, passa a ser encarada como um meio de comunicação entre aprendizes, orientadores e estes com o meio. Partindo dessa premissa, é capaz de proporcionar interação nos seguintes níveis: Aprendiz/Orientador; Aprendiz/Conteúdo; Aprendiz/Aprendiz; Aprendiz/Ambiente. Uma definição simples para e-learning seria o processo pelo qual o aluno aprende através de conteúdos colocados no computador e/ou Internet e em que o professor, se existir, está à distância utilizando a Internet como meio de comunicação (síncrono ou assíncrono) podendo existir sessões presenciais intermédias. O sistema que inclui aulas presenciais no sistema de e-learning recebe o nome de blended learning.


Fonte: Wikipedia

EaD: uma necessidade, uma realidade!!


Como defensora da democracia que sou, não poderia deixar de me encantar por essa "nova" modalidade de ensino-aprendizado. Pois é! A A EaD tem me encantado mesmo! E o que essa tal é a EaD é capaz de fazer?! Eu repondo! Ela revoluciona a vida das pessoas! Por extenso, a Educação a Distância, "la petite EaD" proporciona de fato a tão sonhada democratização do saber. Ela propõe e tem permitido uma revolução na educação brasileira. Exagero?! Ilusão?! Não caros leitores! A EaD tem dado outro sentido a vida de milhões de brasileiros que por motivos diversos (tempo, recursos financeiros, localização) não tinham condicões de frequentar as estruturas de concreto de uma Universidade Publica. Não é demagogia dizer que ela tem caracter revoluncionario! Mas como isso?! Simplesmente a metodologia empregada que faz com que o saber não esteja mais nas mãos unicamente dos professores! Não quero desmerecer o papel atual dos professores, mas quero ressaltar que estamos mudando de paradigma. Quantas gerações se iludiram com a idéia de que so se aprende se tiver um professor fisicamente à sua frente. Que ilusão! Santa ignorância! Eu confesso, sou "produto" desse meio, onde professor "papagaio" vai pra sala de aula, abre o livro em tal pagina e ler, sem nenhum planejamento, sem alguma reflexão e pior ainda, sem instigar os alunos a pensar! Mas esse cenario vem mudando! Que alegria! Tenho esperança de ver meus filhos em um novo tipo de escola, não penso apenas numa ecola com varios andares ou com professores letrados chegando em seus carrões do ano. Penso numa escola que proporcione reflexão, socialização com conteudo e com planejamento, segurança, e garantia de aprendizado de forma mais autônoma, mais dinâmica. Bom mas que ousadia minha e até certa ingenuidade pensar que (principalmente) os donos de escolas serão extintos e que mesmo as UF's passaram por esse processo. Mas quero aqui mostrar uma outra e dinâmica forma de aprendizado. Na verdade essa modalidade ja esta a algum tempo no Brasil. Quem não lembra do Telecurso 2000, entre outros? Pois bem! Mas é com a inovação tecnologica que no Brasil a EaD esta sendo e sera cada vez sendo aceita pela sociedade, sem preconceitos, plantando sementinhas em todo canto do Pais!! Esse novo cenario sera composto por alunos e orientadores, protagonistas de uma nova era do aprendizado. Um aprendizado mais completo, formado pela cabeça pensante de orientadores, sociedade e recursos tecnologicos. Quer uma educação mais eficiente que essa? Onde o aluno define seu ritmo de estudo e nivel de aprendizado e com condições unicas de refletir, debater, independentemente de onde, como e em que momento esteja!

Compartilho com vocês o artigo abaixo que mostra que isso não esta no meu imaginario. Isso é realidade! Temos mais é que aproveitar e criar meios para que esse cenario cresca cada vez mais e de forma mais eficiente, igualitaria e principalmente de Qualidade e Publico, extiguindo uma centena de maquinas de diploma.

Ensino a distância: uma realidade crescente no Brasil
“Não tinha a menor idéia do que era ensino a distância, e, além disso, tinha uma idéia errada a respeito desta modalidade de ensino”. A afirmação de Ricardo Salomão, aluno do curso de graduação a distância em Ciências Contábeis da PUC Minas Virtual, demonstra o desconhecimento que a sociedade brasileira ainda tem em relação ao ensino a distância. Ele ingressou no curso no primeiro semestre de 2007. E seu aprendizado tem sido tão positivo que ele foi o aluno Destaque Acadêmico do seu curso no primeiro semestre de 2008. “Percebo a importância que o ensino a distância tem ganhado no Brasil; muita gente, assim como eu, não teria condições de estudar novamente, não fosse esta possibilidade”, frisa.
Ricardo não é o único a perceber a importância que o ensino a distância tem ganhado no Brasil. Segundo a Secretaria de Educação a Distância do Ministério da Educação (Seed/MEC), houve um crescimento de 571% no número de cursos de graduação a distância entre 2003 e 2006 no Brasil. Neste período, o número de matrículas cresceu 315% e o número de concluintes, 544%. “Muitos têm medo da qualidade de um curso a distância. Mas, na PUC Minas, o sistema adotado é tão bom, tão próximo da excelência, que o aprendizado se dá tranqüilamente”, comenta Ricardo.
E o Ministério da Educação tem atuado buscando assegurar a qualidade do ensino a distância no Brasil. Em meados de novembro, o Ministério determinou a desativação de 1.337 centros de educação a distância, com a suspensão de vestibulares ou redução de novas vagas, e prazo de um ano para que as universidades promovam melhorias, sob ameaça de descredenciamento. As medidas atingiram quatro instituições de ensino, submetidas a um pente-fino do MEC, por terem um grande número de alunos e serem alvo de denúncias de irregularidades e falhas de conteúdo e de avaliação.
Peculiaridades
A trajetória de Ricardo exemplifica muitas das características do ensino a distância no Brasil. Casado, pai de duas filhas, com outra formação superior e já no mercado de trabalho, Ricardo procurou o ensino a distância para complementar sua formação, crescer profissionalmente e ampliar seus conhecimentos. “O mercado demanda cada vez mais qualificação dos profissionais e, hoje em dia, não basta ter uma formação especifica em determinada área, o mercado prefere as pessoas polivalentes. E o ensino a distância tem sido, para mim e muitos colegas, uma excelente ferramenta para este fim”, analisa Ricardo, que mora e trabalha no Rio de Janeiro e tem como pólo de apoio presencial do seu curso a cidade de Juiz de Fora.
Dados da Seed/MEC mostram que, assim como Ricardo, a maioria dos alunos de ensino a distância no Brasil é casada, com filhos e mais velha do que os alunos de ensino presencial. Na PUC Minas Virtual, 55% dos alunos da graduação a distância em Ciências Contábeis têm mais de 30 anos. Outros dados também demonstram que a maioria destes alunos tem renda menor e vem de escola pública. “Nestas condições, percebemos a importância da educação a distância como forte instrumento de inclusão social”, sinaliza o professor Enilton Ferreira Rocha, coordenador da Associação Brasileira de Ensino a Distância (ABED) em Belo Horizonte.
Novos papéis
A modalidade de ensino a distância introduz modificações bastante profundas no papel do professor e do aluno. “O professor passa a ser um criador de conteúdos, orientador da aprendizagem, parceiro na construção do curso”, destaca a professora Maria Beatriz.
O papel do aluno também muda bastante. “De uma atitude mais passiva, pois, na forma tradicional de aprendizagem a iniciativa do ensino cabe mais ao professor, o aluno passa a ser o principal sujeito de sua própria aprendizagem”, afirma a diretora da PUC Minas Virtual. “Eu cheguei a conclusão, logo no início do curso, que o segredo do ensino a distância é a disciplina, muito mais do que em um curso presencial. Eu me disciplinei para estudar, pelo menos, duas horas por dia, todos os dias. E, nos fins de semana, dou uma esticada, umas três horas. Se existe alguma palavra-chave no ensino a distância, esta palavra-chave é a disciplina” assegura Ricardo Salomão.
Em sintonia com a realidade
Educação a distância não é novidade. A história remete aos antigos cursos por correspondência, que aconteceram a partir do século XVIII nos Estados Unidos. No Brasil, o Instituto Universal Brasileiro, iniciado em 1940, é uma das instituições mais antigas a manter cursos por correspondência. Com o avanço da tecnologia, vários meios hoje em dia se combinam para oferecer uma educação a distância de qualidade, que vai muito além dos cursos por correspondência.
A educação a distância foi introduzida oficialmente no sistema de ensino brasileiro em 1996, com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases. A PUC Minas, apenas três anos depois, criou a PUC Minas Virtual, sua Diretoria de Ensino a Distância. “O futuro da educação no Brasil está no ensino a distância. Nossa população, cada vez mais velha, demonstra que o foco da educação no país tem que começar a mudar, buscando aqueles que foram excluídos quando mais jovens e aqueles que buscam ampliar seus conhecimentos por exigência do mercado de trabalho”, afirma a professora Maria Beatriz.
Aprendendo para ensinar
A ascensão do ensino a distância leva muitos professores a buscarem cursos que auxiliem a trabalhar com esta modalidade de ensino. “Muitos professores tem formação e experiência ampla no ensino tradicional, mas não têm preparo para lidar com o ensino na distância. Para atuar nos cursos de graduação a distância, é exigência do MEC que os professores tenham especialização em EAD”, reitera a professora Maria Beatriz.
A PUC Minas Virtual oferece a especialização em Educação a Distância: Concepção e Planejamento. Para a professora Beatriz, a capacitação de pessoal para trabalhar com EAD é umas das funções da PUC Minas Virtual. “A qualidade da educação a distância depende mais das pessoas do que da tecnologia. E, aqui na PUC Minas Virtual, temos uma equipe experiente e preparada para lidar com esta modalidade de ensino”, alega a professora.


Fonte: http://www.pucminas.br/noticias/